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Queda capilar em mulheres: uma epidemia silenciosa

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Para muitas mulheres, o cabelo é mais do que uma moldura para o rosto – é um símbolo de autoestima e identidade. Sua perda pode ter um impacto devastador, não só estético, mas também emocional. 

O aumento nos casos de queda capilar em mulheres nos últimos anos tem preocupado especialistas. Estresse, má alimentação e mudanças no estilo de vida são fatores importantes para o problema. Contudo, uma condição específica está sendo encarada como uma epidemia mundial devido à sua gravidade e caráter irreversível: a Alopecia Fibrosante Frontal (AFF). 

O que é a Alopecia Fibrosante Frontal (AFF)? 

Descrita pela primeira vez em 1994, a AFF era considerada rara, mas seu aumento nas últimas décadas despertou a atenção dos dermatologistas. Antes restrita às mulheres pós-menopausa, ela agora afeta também mulheres jovens e homens, tornando-se um desafio global. 

A AFF é uma forma de alopecia cicatricial, que provoca a destruição permanente dos folículos capilares. Isso ocorre devido a uma resposta autoimune do organismo, onde as células de defesa destroem as células-tronco localizadas na base dos folículos, formando cicatrizes e impossibilitando o crescimento de novos fios. 

Por que a Alopecia Fibrosante Frontal está aumentando? 

A causa exata da AFF ainda é desconhecida, e embora fatores genéticos e hormonais, como os relacionados à menopausa, tenham um papel importante, estudos recentes sugerem que até 76% dos pacientes com essa condição apresentam alergias a produtos cosméticos. 

Ingredientes como fragrâncias em hidratantes, sabonetes e produtos capilares (especialmente alisantes com formol) podem ser potenciais gatilhos para o desenvolvimento da doença, apontando para uma forte influência ambiental, o que poderia justificar o grande aumento de casos. 

Como Identificar os Primeiros Sinais? 

Os primeiros sinais costumam ser sutis, como a perda de fios nas sobrancelhas e uma retração da linha de implantação capilar, fazendo com que a testa pareça estar aumentando.  

Além disso, a perda das costeletas e o surgimento de pequenas pápulas (bolinhas) no rosto podem ser indicativos da doença. Manchas acastanhadas, muitas vezes confundidas com melasma, também podem surgir, especialmente em mulheres. 

Nos homens, a doença pode se manifestar com a perda de pelos na barba, o que dificulta o diagnóstico precoce. Por se tratar de uma condição cicatricial, diagnosticar rapidamente é crucial para preservar os folículos ainda não afetados e evitar a perda definitiva dos fios. 

Tratamentos tradicionais e novas esperanças 

O tratamento da Alopecia Fibrosante Frontal visa controlar a inflamação e impedir a progressão da doença. Dentre os tratamentos consagrados estão: imunomoduladores e anti-inflamatórios, na forma oral e tópica; laser de baixa intensidade, que reduz a inflamação; medicamentos que prolongam a fase de crescimento folicular e aumentam a espessura dos fios. 

Contudo, novas abordagens estão emergindo, e a medicina regenerativa surge como uma promessa para alterar o curso natural da doença. Entre os tratamentos inovadores que estão ganhando destaque, podemos citar: 

  • Exossomos Capilares: Microvesículas ricas em fatores de crescimento, peptídeos, lipídios e fragmentos de DNA e RNA, que desempenham um papel fundamental na comunicação celular, com potencial para desinflamar e regenerar o tecido capilar, ajudando os fios a entrarem e permanecerem mais tempo na fase de crescimento. 
  • PRP (Plasma Rico em Plaquetas): Derivado do sangue do próprio paciente, o PRP é rico em fatores de crescimento que promovem a regeneração celular e a reparação tecidual. Estudos mostram que essa técnica pode auxiliar na recuperação da saúde dos folículos capilares afetados. 
  • SVF (Stromal vascular fator ou Fator Vascular Estromal): Extraído do tecido de gordura do próprio paciente, o SVF contém células-tronco que possuem alto potencial de modulação imune, remodelação tecidual, regeneração celular e formação de novos vasos sanguíneos, promovendo a recuperação dos tecidos capilares. 

A AFF representa um desafio significativo para a dermatologia, mas a evolução constante das terapias regenerativas traz esperança para pacientes que antes não tinham opções. A integração de tratamentos tradicionais com essas novas tecnologias pode oferecer melhores resultados e, quem sabe, mudar o panorama da doença.  

Para quem enfrenta os primeiros sinais da condição, o diagnóstico precoce faz toda a diferença no tratamento. Se você está sentindo os primeiros sintomas, agende uma consulta o mais rápido possível com um Dermatologista Tricologista.